18/04/2008

Confia no FMI! Confia!

Dia a dia, novidade a novidade, assim em abril desse ano passei 21 dias em 15 cidades diferentes. Todas a "trabalho".

Em uma delas, não me lembro bem qual, quando eram 10 horas da manhã aproveitei o intervalo entre o fim do trabalho e o horário de saída do ônibus para desfrutar da piscina do hotel.

Assim que cheguei notei a presença de 2 homens vestidos socialmente, com seus respectivos notebooks e celulares, sentados na sombra em uma mesa próxima.

Durante quase 1 hora na qual permaneci ali um deles não tirou o celular da orelha nem por 1 minuto!

Era um "meu querido" pra cá, "negócios" pra lá, metas de não sei onde, fulano que gerencia não sei o que, desenvolvimento do sistema, prestador, aumento de vendas e mais um monte de jargões que qualquer executivo ou empresário de sucesso deve repetir ao menos 10 vezes por dia.

Apesar de estar descansando eu me diverti ouvindo a conversa, me diverti com a falsidade, com as frases prontas, com a diferença no tom de voz quando ele falava com os clientes e quando ligava para os funcionários.

O outro homem que o acompanhava repetiu ao menos umas 3 vezes para o colega e para os funcionários do hotel: "Rapaz, muito trabalho! Ontem fui dormir às 2 da madrugada" e falava de boca cheia, orgulhoso, como se seu esforço fosse ser reconhecido pela mente comum da sociedade "nossa, que rapaz trabalhador!".

Era impossível não notar os 2 homens, eles destoavam do ambiente, no entanto a rolinha que fazia seu ninho numa palmeira num dos cantos da piscina só eu notei.

Ela subia e descia, subia e descia, repetidamente, pegando pequenos pedaços de galhos que estavam no chão e os levava para uma pequena entrada entre as folhas da palmeira, onde pacientemente construia seu lar.

Ninguém aplaudiu o esforço da rolinha, a bolsa não subiu, o dólar não sofreu nova queda e os juros não aumentaram. Ninguém reconheceu a rolinha por seus méritos e capacidades e ninguém remunerou ela pelo tempo gasto em sua atividade.

A rolinha não fazia corpo mole, nem se esforçava a mais para mostrar serviço, ela apenas fazia o que tinha de ser feito, ao contrário dos homens tomados pela ganância e poder que não cansavam de falar sobre seus lucros.

Sabe, fazem mais de 4 anos que moro em um espaço frequentado por todos os tipos de pessoas, a grande maioria mais velhas em relação a mim, por isso de certa forma aprendi a prever o futuro.

Aprendi que o juízo final não é após a morte, mas no leito de uma UTI ou na cadeira de balanço de um asilo, quando todas nossas ações e escolhas serão julgadas, não por Deus, mas por nós mesmos. E acredite, somos muito mais implacáveis!

Quantos olhares vazios e lágrimas de sofrimento vi, quando não havia mais o que ser dito além de palavras de conforto.

O ninho ficou pronto, os ovos chocaram, os filhotes cresceram e se foram. O tempo passou. E agora?

Dizem que para se ter algo nessa vida você precisa se MATAR de trabalhar. Bom, eu atualmente tenho preferido ficar vivo mesmo.

Entre uma ligação e outra o executivo da piscina ainda virou-se para mim e disse: "Poxa rapaz, estamos atrapalhando seu descando, não!".

Eu não respondei, mas pensei: "Não amigo, meu descanso é que está atrapalhando vocês".

10/04/2008

O sangue de Jesus tem poder!

Quando criança eu nunca tive um amigo imaginário, talvez porque a diferença entre eu e meu irmão fosse pequena, mas sei que amigos imaginários são coisas comum na infância de muitas crianças.

Pesquisando na internet encontrei uma matéria interessante de uma psicóloga, que diz:

"...no mundo da imaginação, esse amigo imaginário, além de fazer companhia, partilha os momentos de alegria e tristeza e esse processo de "ilusão" que inicia e mantém o jogo infantil é um estado de "faz de conta” que a criança se refere como sendo “de verdade”.

Normalmente, esses amigos imaginários surgem quando mudanças começam a acontecer no cotidiano da criança, exigindo-lhe desapego de certos hábitos e novas habilidades em direção ao seu crescimento e autonomia..."


Interessante como a mente livre e aberta dela projeta seus desejos em uma representação completa da realidade e assim a ajuda a superar as situações, para as quais ela provavelmente ainda nem tem muita consciência do que se tratam.

Apesar dos amigos imaginários serem perfeitamente normais até os 6 a 7 anos de idade, a partir dai sua existência passa a ser vista como problemática e a sugestão é visitar um pediatra ou um psicólogo.

Pois bem, então imagine um adulto, perfeitamente são, que acredita e confia em um amigo imaginário, um amigo capaz de lhe dar o que os outros não deram, um amigo que acima de tudo o ame de verdade, um amigo que possui todas as qualidades que ele gostaria de ver nos outros, enfim, um amigo que o complete e o apoie, ao contrário da maioria das pessoas que ele conheçou na sua história de vida e que de alguma forma o machucaram.

Essa pessoa seria considerada uma maluca total! Imagine que loucura! Ela sair por ai conversando com esse amigo imaginário, contando seus problemas, suas dificuldades, pedindo sua ajuda. Tratamento urgente!

Mas enfim, o que diabos eu quero dizer?! Quero dizer que contando dessa forma parece absurdo um adulto que acredite em um amigo imaginário, mas pense bem, esse amigo não poderia ser Jesus?

Jesus! Ele mesmo! O filho do Senhor!

Não seria ele apenas um amigo imaginário fruto de uma crença coletiva? Um amigo para lhe ajudar a carregar o pesado fardo dessa vida, que você insiste em colocar sobre os ombros? Esse fardo de sofrimento permanente?

Acredito que seja hora de deixar esse fardo e esse amigo de lado e elevar sua fé a uma esfera maior e mais profunda, uma esfera onde o Divido não precise de muletas, amigos imaginários ou desculpas.

Essa fé é possível. Acreditar até o ponto onde sua própria individualidade se funde com o Universo (ou com Deus se você assim preferir).

Dizem que o sangue de Jesus tem poder. E o seu? Por que não teria?

Liberte-se!

...

E a psicóloga termina a matéria sobre amigos imaginários na infância com o seguinte aviso:

"Atenção: Não deixe seus filhos mais velhos ou algum parente ridicularizarem a brincadeira na frente da criança."

Desculpem, mas alguém tem de falar a verdade.

06/04/2008

Darwin Award

Sabe quando você assiste aqueles vídeos amadores na TV ou na internet, tipo vídeo-cassetada ou vídeos incríveis de acidentes banais, fruto da mais pura desatenção e descaso?

Sabe quando a cena termina e antes que você possa pensar em qualquer coisa essa frase sai automaticamente: "bela cagada!".

Então, é isso que passará na cabeça de Deus quando o ser humano terminar de ferrar esse planeta: bela cagada!


Desculpas existem, mas não justificam. Pense bem, a verdade é que independente de nossa opinião à respeito, lá dentro não damos a mínima para a liberação do Tibet, para o crescimento da Aids na África ou para o desmatamento da Amazônia.

Só nos importamos e somos tocados realmente quando o imposto aumenta, ou alguém estaciona o carro na frente da sua garagem, bem na hora que você está atrasado e morrendo de pressa para sair.

Assim vivemos, entre a corda e o pescoço, rezando para que Deus nos ilumine, ou para que o Universo conspire a nosso favor, mas a verdade é que a séculos somos responsáveis por nossas ações, mas ainda não conseguimos terminar o jardim da infância da evolução.

Somos cientificamente repetentes!

Bela cagada!