11/03/2009

De Matrix para Matrix

No filme Matrix o homem luta conta a irrealidade criada pelas máquinas. Irrealidade essa justificada pelo enredo como a vontade das máquinas racionais (criadas pelo homem), que conquistam o planeta e forçam a humanidade a uma escravidão forçada, mas pacífica.

Não assistiu? Assista! Vale a pena, um filme de ficção que revolucionou o cinema, não só na história, mas também nos efeitos especiais.

Além do cinema, muitos dizem que no futuro talvez a escravidão do homem pelas máquinas vire realidade. Eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso, só acredito que os fatores serão inversos.

Não serão as máquinas que escravizarão o homem, mas o homem que se escravizara pelas máquinas.

Quando era moleque meus pais tinham um computador em casa, pois trabalhavam em um pequeno escritório de engenharia. Assim desde cedo conheci o mundo virtual.

Acompanhei a internet antes dela existir de verdade para o mundo. Vi o ICQ nascer (e depois o MSN), o hotmail nascer (antes não era da Microsoft) e o youtube nascer. A conexão além de discada, era limitada a 1 hora por dia (nem se sonhava com conexões ilimitadas, o acesso era pago por hora utilizada).

Mas rapidamente o mundo evoluiu e com ele entramos na era da informação. Estamos diante do computador enquanto trabalhamos, nos divertimos e socializamos. Ligação é no Skype (voip), visita é no perfil do orkut e a liberdade de expressão ecoa sem limites em blogs, twitter, youtube; vídeo, texto, imagem e som.

No início não existia cor na tela, nem mouse. Hoje os próximos meses trarão o touchscreen a todos, os monitores ficam cada vez mais finos e os computadores cabem dentro do bolso.

Cada vez mais próximo, cada vez mais necessário, cada vez mais amigável.

Vivemos na Matrix por próprio prazer, escolha e segurança. Lá fora o mundo é cruel e frio, mas aqui posso ser o que quiser, na liberdade enclausurada de um click.

Meu orkut, meu blog, meu perfil não são apenas informações ou dados armazenados em algum HD remoto. São extensões do meu próprio ego, um "EU" virtual. São meus pensamentos, gostos, amigos e anseios. Reflexos da minha personalidade.

Os vídeos na internet vão substituir a televisão, assim como o mp3 substitui os cd's. Atores do youtube serão mais famosos do que os de Hollywood. E o ego virtual, mais importante que o corpo limitado.

Improvável? Jamais.

Isso já é uma realidade. Adolescentes morrem por falência cardíaca em frente a computadores, após dias jogando sem intervalo. Hackers não são mais jovens nerds de QI alto, são o crime organizado faturando alto em um ambiente volátil e de pouco risco.

Bom ou ruim? Depende do julgamento.

Acredito em fatos e a era da informação não tem retorno. Já mudou o mundo e continuará mudando, destruindo modelos antigos, aniquilando inverdades e conectando os menos favorecidos.

"A mãe biológica eu não conheço, mas a adotiva é uma ASUS. O pai? Um Intel quadcore."

A vida virtual é a resposta a todos os problemas ambientais do mundo, não haverá mais consumo, apenas produção de energia. Todo o restante virá de sensações artificiais criadas por equipamentos estimuladores conectados a nossos sentidos.

Falando assim é preocupante, mas toda tecnologia que é incorporada aos poucos não cria medo e sim dependência. Esquecer o celular em casa hoje dá uma insegurança danada, como se um pedaço seu estivesse faltando, mas a 15 anos atrás ninguém tinha celular.

A verdade é uma só e se expressa por quaisquer meios. Se o mundo virtual for uma prisão, não será diferente da nossa mente atual.

A Liberdade é a conquista daqueles que a desejam tão profundamente, que sacrificam até seu próprio "EU" para encontrá-la. Seja ele real ou virtual; esteja ele onde estiver.

Quando não sobra nada, se é tudo.

Já somos virtuais e a Matrix está logo ali, cruzando a esquina, do outro lado do monitor (ou seria dos olhos?).

...Mouse em prece...
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