01/10/2009

Bom dia, flor do dia!

Às vezes intencionalmente eu deixo de meditar durante algum tempo. Esse último período foi de quase três meses, três meses de total abstinência.

É interessante ver como a mente indomada se debate e engole água até mesmo nos mares mais calmos. Como o simples fica difícil e as situações se transformam em novelas mexicanas intermináveis e cheias de causos dramáticos e aparentemente sem solução...

Mas ai a meditação volta, e com ela breves minutos diários de silêncio, como gotas homeopáticas de paz, que se bem administradas tornam o dia a dia extremamente prazeroso e tranquilo.

Quando o capitão assume seu posto, o barco, por menor que seja, navega firme mesmo quando enfrenta as maiores tormentas.

Nesses curtos períodos de meditação reencontro Deus em sua essência, como se fosse um velho amigo. Ah! Que sentimento é esse que preenche esse corpo, que já não mais é corpo e sim Universo! Que sentimento indescritível é esse quando o coração de Deus se funde ao seu.

Sem metáforas, sem passagens, sem versículos, sem entonações e sem filosofias. De coração a coração, num único pulsar eterno.

É quando estou nesse "lugar", sem drogas, viagens, isolamento ou eucaristia. Quando estou nesse lugar de forma simples, como quando o cachorro do vizinho late, ou o carteiro passa assoviando para entregar a correspondência, é que me recordo o que é estar em casa.

Essa é a nossa casa, somente ela é a verdadeira, e a porta sempre esteve aberta, na verdade a porta nem existe, o portal não tem portões.

Talvez por isso minha risada tenha sido tão sincera naquele dia, quando o chefe de um trabalho que atualmente participo entoava rispidamente as normas corporativas que devem ser prontamente atendidas.

"Desculpe a risada, é que você parecia o Roberto Justus falando", foi o que eu disse quando ele me questionou o motivo de meu bom humor.

Perdoe-me, mas como poderia ser diferente? Quando as coisas que a sociedade me oferece são tão pequenas? Quando as cobranças que a sociedade me faz são tão superficiais?

Sim! Me mande embora! Me prenda! Me mate! E dai? Nossa verdadeira casa está sempre lá, fortificada sobre a mais alta montanha, apenas aguardando o retorno do Imperador. O Imperador que habita dentro de cada um de nós.

Enfim, acho que é isso...

Um dia eu quero poder ensinar isso tudo a vocês, mas por enquanto ainda estou aprendendo. =)

...mãos em prece...